Um programa em torno de paisagens sonoras da era industrial .
A música, como um ser vivo, adapta-se a novas condições ou morre lentamente, nos murmúrios da mente de um ser superior . O mundo era colorido na sua inerente angústia, colorido como o viram os primeiros a atravessar continentes pelo golfo de Áden ... e num microscópico instante, apenas duas cores .
Um programa em órbita do espaço criativo de Aphex Twin .
Primeiro ouviu-o, o som estranhamente profundo em inebriante luta com uma qualquer corrente marinha ... em busca de luz, de partículas por onde se mover ... incertos eram os caminhos de demasiados passados . Trespassou-lhe a vida e o tempo parou ... fantasmas agoniados de expressão patrulham nos módulos da mente, jamais a descobrirão ... a inexistente chave da percepção ... e voltou, passo a passo, sem nunca ter ouvido qualquer som.
Tempo e Espaço dedicado ao poder da reinterpretação.
Ouvi uma música, loops consecutivos brincavam com as capacidades de concentração do meu cérebro. Ouvi e ouvi mais, queria que fosse minha, só minha ... queria ter sido eu dar-lhe vida para matá-la de seguida num ataque de egoísmo ! Imaginei-a atravessando o meu corpo electricamente, a crescer nota a nota e a culminar num espaço temporal de infinita contemplação ... efémera a sua vida para nunca mais poder ser perturbada ... e num futuro longínquo lembrar-me que um dia ouvi o som mais belo e orgânico da Natureza Humana.
Palavras ... provavelmente o melhor recurso da inteligência humana e ainda assim tão incapaz de preencher o espaço criado por um duo organizador de sons. O tempo caminha ao transformar-se na incerteza ... o minuto é o segundo e o segundo é um frame de um quotidiano passado, um futuro improvável. Dimensional, vidas, fantasmas, sonhos ... o corpo vibra e a emoção é o mais belo dos tributos humanos.
Esta semana em Tempo e Espaço, uma viagem até ao início da década de 70 ... até ao espaço criativo de artistas como Miles Davis, Herbie Hancock, Don Cherry e Weather Report.
Quando a música Jazz americana parece estagnar em horizontes conceptuais, eis que surge um disco que muda o rumo da música improvisada. Bitches Brew de Miles Davis é em 1970 uma das mais relevantes e importantes lufadas de ar fresco do século XX. Apropriações sonoras de culturas perdidas nos mais remotos locais do globo fundem-se com os cerca de 70 anos de vida do Jazz. Caos e som estruturado formam uma ambiguidade que até o mais apurado ouvido parece recear.
Uma viagem até ao grande universo que é a música Jazz. Tanto a ouvir, tanto a dizer e no fim, poucas palavras e uma hora repleta de criatividade e invenção. Hoje a escutar alguns dos mais marcantes trabalhos da primeira metade da década de 60, onde um restrito leque de músicos encadeia e relaciona de forma brilhante as diferentes "escolas" de Jazz que distintamente ocupavam o vasto território Norte Americano.
Alva Noto e Ryuichi Sakamoto são as figuras amplamente destacadas nesta emissão de Tempo e Espaço.
Duas mentes aparentemente tão díspares chegam-nos com um dos mais estimulantes projectos musicais de que me recordo. O silêncio é preenchido pelo ruído sonoro criado por Alva Noto ... ruído que o deixa de ser a partir do instante em que um padrão de som é identificado. A estática torna-se simultaneamente melodiosa e instável e o regresso a um padrão antigo diz-nos que ouvimos uma construção harmoniosa propositada. É nesta ambiência que entram os enigmáticos acordes de Ryuichi Sakamoto. Um ecléctico pianista que do electro-pop à música tradicional japonesa, encontra neste projecto a calmaria minimalista de que nem todos são dotados.
Para celebrar a mudança de horário (Tempo e Espaço agora à 1h da manhã de Sexta para Sábado) um programa que por si só poderia definir tudo aquilo que este programa quer ser. Indefinido e imprevisível ... sonoridades sem razão e direcção aparente que cumulam numa ambiência Freudiana. Dimensões são cruzadas, outros mundos visitados ... imagens surgem e se desvanecem com a mesma facilidade, acompanhando o transe sonoro criado por nomes como Brian Eno, Miles Davis ou os Tangerine Dream.
É com muito atraso que aqui surge o primeiro podcast, mas mais vale tarde que nunca!
Começo por recuperar um programa de Fevereiro, com especial atenção para o imaginário criativo dos britânicos Pink Floyd. Em associação com o realizador italiano Michelangelo Antonioni resulta uma série de músicas incluídas no clássico cinematográfico "Zabriskie Point". Estamos em 1970 e os Pink Floyd a procurar os limites da criatividade ...
Radio Universidade de Coimbra (RUC) is the oldest running university radio station in Portugal, a freeform independent alternative radio station - both a radio-school and a local broadcaster in central Portugal (107.9 FM).
All radio programs are author's programs. This means that all compulsory playlists are banned by principle. The person hosting a radio program is entirely free to choose what music to play.
As a result, there's a multiple and eccletic offer of radio contents - programs ("shows") about pop, rock, electronic, dance, jazz, classical music, soundtracks, covers, portuguese music, japanese music, canadian music, chiptunes, hip hop, worldmusic, blues, rockabilly, chanson française, gothic, punk, krautrock, noise, experimental improvisations performed live, metal, medieval, exotica, mathematics, literature, cinema, ecology, science...